Não há confissão na luta
diária. Estar ou entrar em um jogo requer, consideravelmente, uma aptidão para iniciar
a partida.
O difícil de uma turma
agitada e, incontrolavelmente, desorganizada é que devemos, a todo momento,
interromper. Temos de estar sempre solicitando e/ou exigindo o mínimo de tempo
em concentração, para então, conseguir algo necessário e fundamental: dar a
nossa aula.
As vezes algumas
estratégias funcionam: ameaças nas avaliações, informar aos pais, levar à
diretoria... Mas nada disso realmente tem resultados positivos a longo prazo. O
ideal é impor respeito e, consequentemente, respeitá-los. O problema é
conseguir tal proeza. Leva tempo.
Somos falsos cognatos. Não
devemos demonstrar sensações. Envolver sentimento na relação professor e aluno
é problemático, pois sensações são instáveis. Devemos ser profissionais! Devemos
incentivar a pesquisa, torná-los independentes com relação ao
ensino-aprendizado. Devemos ser neutros e imparciais [mesmo gerando pleonasmo]!
Mas o mais difícil em uma
turma é quando ela é silenciosa, apática. Não sabemos como agir ou o que
esperar, porque não nos é dado nem um indício de por onde proceder. Como
direcionar se não há predisposição e muito menos objetivos?
Nesta a probabilidade não
tem efeito. Na primeira, tudo é questão de conquista. Mas as vezes o “tudo”
foge ao nosso controle por nossas sensações estarem presas e não devemos apresenta-las,
jamais. Não em sala de aula. E somos humanos. Sou humano.
Barulho, muito barulho. O
que existia era a possibilidade de compreendermos um gênero, cuja facilidade de
produção não se revelava acessível naquele contexto e, para o qual, nenhum deles
tinham habilidade em construí-lo; pelo menos não naquele momento. O bom é que
sempre há alguém que deseja lhe ouvir. E o barulho continuava. A paciência de
alguém não deve ser levada ao limite, pois podemos fazer coisas inimagináveis.
Para um professor isso é um exercício diário. Temos a obrigação de fazer o que
é apropriado. E o barulho continua.
De acordo com as
orientações pedagógicas não devemos expulsar aluno nenhum da sala de aula,
qualquer inadequação que não seja possível o professor administrar deve-se
levar à direção. Mas como disse, também somos humanos, e cometemos erros.
Hoje eu me descontrolei,
expulsei três alunas, que estavam insistentemente e irritantemente atrapalhando
a minha aula, ou o que planejei que seria ela.
Hoje eu fugi do controle,
deixei minhas sensações dominar-me. E sabe como estou me sentido? Ótimo! E
alguém do meu lado me adjetiva, logo após essa resposta ter sido revelada ao
som alto de “a banda mais bonita da cidade”:
- Bandido!
E a noite continua.
E a noite continua.
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