Já era tarde. Mas a
conversa insistia em não acabar. Planetas, almas, o espaço; a terra, a vida, o
homem;
A mesa era de vidro,
envolvida por um pano negro levemente bordado nas extremidades. As cadeiras
pontiagudas, de aço, alimentavam as imagens promíscuas de um envolvimento, era
possível sentir o gélido encosto delas. E nós, incomodados com suas espumas
finíssimas. Olhos fixos um no outro.
A cada frase pronunciada
era possível ver o movimento ondulante de sua língua sobre seus lábios. De
forma suave seus órgãos bailavam em suas mucosas deliberadamente.
Levantou-se. Tocou
suavemente sobre meu peito, perfazendo o caminho de meus pelos até o limite de
minha cintura. Senti sua respiração balbuciada nos meus ouvidos, fechei os
olhos. Suas mãos, rastejantes sobre minha pele, impulsionava os meus desejos
mais sórdidos.
- Escreva-me, em passos
lentos... – disse-me com a voz rouca.
O toque leve arrepiava meu corpo por inteiro.
Sua mão, envolvendo meu
pescoço, fazia com que me entregasse ao gosto sórdido de nossos pensamentos...
fixei meus alhos aos seus.
Seu toque suave, arrepiando
minha pele, dizia-me que devíamos continuar. Sua saliva pingava em mim.
Tocou onde a masculinidade
de um homem se aflora. A calça entreaberta sucumbia a suor que descia
vagarosamente desde da ponta do fio do cabelo, lambendo meu rosto, perfazendo
meu tórax, aguçando minha barriga, atiçando minha cintura, deleitando minhas
coxas até a ponta do pé.
Naquela noite, nos
encontramos internamente, onde os encaixes são perfeitos e a mente delibera no
intenso prazer o propósito do encontro. Estar-se.
E o gozo ainda continua
fixado nas frestas daquela cadeira de aço, para em um suspiro, reviver-se.
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