Nessa areia que me piso os pés, sinto vivo o eu que um
dia fui.... Quando o vento toca o rosto branco de sem sol, me lembro [ou
relembro], que um dia dancei com os ventos. E essas lembranças me envolvem e
quase me sufocam de tanto lembrar, que eu “era feliz e não sabia”. E que...
apesar dos pesares... eu ainda continuava feliz, naquele canto que era só meu,
naquela areia onde só eu brincava, por que ninguém estava ali para brincar
comigo...
E o pó dessa terra me envolve no sono, me aconchegando
e pedindo “fica mais”, onde meus músculos se contraem com gosto de quem quer,
mas não pode... E bichos me gritam pelas manhãs das tardes perguntando “por que
se foi? ”, “por que precisa? ”, “por que não fica? ”.
E eu GRITO que ainda sou feliz! Que precisei, mas isso
não é motivo para a tristeza, pois estou feliz [e peço que considerem isso],
que eu cresci... Apesar de ser, ainda, aquela criança triste tentando esconder
o medo de ficar só [e é isso que mais me perturba; sempre foi].
E nesse confronto de sentimentos com palavras que, às
vezes confusas e paradoxais, deixam por via de linhas tortas que hoje, e sempre
nesse hoje, eu sou feliz sim, não me arrependo por que quando volto a essa
terra quente que me arde a pele, sinto o que eu ainda sou, não perdi essas
raízes... ainda sou [por muitas vezes diferente] aquela pedra de areia...