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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Talvez sim.

Desafio é um substantivo masculino que toda profissão carece, por isso constantemente ele assume a função de verbo, pela necessidade da ação.
Na docência, diferentemente da medicina, por exemplo, não se consegue ter teorias prontas exatas. Você está diante de um paciente e consegue prescrever, de acordo com os exames e avaliação médica, qual o melhor tratamento. O professor não. Ele até pode conhecer metodologias eficazes, mas a cada nova sala suas teorias devem ser melhor analisadas, novas técnicas devem ser descobertas instantaneamente para que possamos exercer melhor nossa profissão.
Porém, apesar de tudo isso, não conseguimos escrever regularmente sobre esses contextos, não apresentamos nossas teorias porque não dá tempo, são muitos alunos, algumas escolas e muito planejamento diário, semanal, mensal, avaliações, pesquisas... O que não quer dizer ser impossível. Não é.
Nos frustramos a cada abordagem equivocada que fazemos, lidamos com pessoas que não se acanham na hora de expor nossas fragilidades e incompetências. E o pior disso tudo é que realmente somos incompetentes. A educação está um caos.
Quando estamos na graduação, ao penetrarmos numa sala de aula, não temos um professor experiente que esteja nos perguntando qual o objetivo de nossa aula, quais habilidades a serem desenvolvidas com a metodologia adotada ou coisas desse tipo. Apenas adentramos naquele recinto e fazemos. Na maioria das vezes não estamos preparados.
De quatro estágio supervisionados na minha graduação apenas um o professor esteve presente assistindo minha aula, o professor regente da turma. E em nenhum desses momentos eu experimentei meu professor(a) de estágio me acompanhando. Talvez eu seja muito bom – e duvido muito disso.
Nosso método científico é falho, somos acima de tudo Licenciados. Deveríamos caminhar mais para nosso laboratório: a sala de aula.
Não sabemos lidar com nossas emoções e somos incompetentes. Talvez se fossemos “frios”, como cirurgiões, conseguiríamos ter mais resultados positivos. Mas não, somos fracos. Temos medo de dizer e ouvir que não somos capazes.
Se meus professores tivessem me dito mais vezes que não estava bom o que eu estava fazendo, que estudei pouco ou que eu não conseguiria talvez eu estivesse mais dedicado à minha profissão. Talvez eu pudesse ser melhor. Talvez eu poderia ser mais competente.
Se, e somente se, os professores fizessem de nossa vida um inferno, exigindo mais de nós, alunos de licenciatura, no primeiro semestre do curso, talvez não tivessem pessoas ruins na função de professores. Talvez nossa educação fosse melhor. Talvez a docência não fosse tratada como coitadinha.
No meu caso, eu deveria ser um pesquisar da linguagem, mas parece-me que sou muito fraco para isso.


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